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Olá...!

Sejam bem vindos a minha mente, onde mundos se criam, mantem-se e se destroem.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Capitulo 1 – Chamada não identificada

Sentada no sofá esperando que ele ligasse. Mas que ingenuidade. Bom, ele sabe quem sou, mas não liga “constantemente” para mim... E isso não é uma mera historia americana de uma garota bastarda e que faz loucuras para chamar a atenção do galã. Não faz sentido nenhum se esforçar para nada quando no final ela sempre fica com o melhor amigo. Argh. Não suporto mais ser realmente a bastarda, e nem esperar que um mero “te ligo mais tarde” é verdadeiro. Sou Michelle e acho que amo o meu melhor amigo; sei isso é meio paradoxal para uma mera história, mas é a realidade, e ele nem liga pro que eu digo. Fica repetindo que a amizade basta, mas nem faz idéia do quanto isso me fere. Continuando, eu estava super nervosa, rezando por uma simples ligação, enquanto assistia na TV uns filmes antigos de minha mãe; ate que finalmente o meu celular (que por sinal, fui eu quem colocou bem longe de propósito) tocou e fui correndo atender. O meu desespero foi tanto que quase cai. Peguei, disse “alô” arfando e a única coisa que escutei foi um barulho de metal caindo no chão. Repeti outro alô quando o som parou e percebi que poderia ter sido engano, então desliguei. Sentei decepcionada no sofá novamente e continuei a ver o filme, que estava acabando, então preparei outro sobre a mesa; nesse meio tempo, meu celular tocou novamente. Arrepiei-me dos pés a cabeça. Será que era ele dessa vez? Fui andando rápido para não cair e olhei pela primeira vez o numero. Estava escrito: numero não identificado, assim fiquei desconfiada. Droga, as pessoas não sabem que é falta de educação ficar passando trote? Aposto que era a mesma pessoa de antes, tanto que já atendi com raiva. Coloquei o dedo sobre o buraco do fone e só fiz escutar, e gelei; ouvi o mesmo barulho de metal, só que parecia estar sendo enfiado em alguma carne. Claro que descartei a hipótese de ter sido um engano do açougue, seria muita idiotice minha pensar isso, apesar de que todos os fatos apontavam para essa idéia. Meu corpo inteiro parou e imagino ter ficado pálida ao ouvir gritos. Sabe aqueles flash back que você tem de vez em quando ao ficar em choque? Pensei logo nos filmes de terror que assistia, mas como sempre fui corajosa, pensava que no mundo serial killer só tinha em filme. Minha consciência sussurrou: “quanta besteira! Você esta ficando tão paranóica com esse celular que sua mãe não vai mais deixar você usá-lo”. Parei para recuperar a cor do rosto; aposto que se alguém estivesse me vendo cairia na gargalhada com minha expressão. Seria brincadeira de alguém do colégio, usando o celular de outra pessoa, em um lugar que tivesse os mesmos sons que um açougue faz? Fiquei tonta com a dúvida que tive de me apoiar e sentar. Olhei pro celular e segurei o botão verde para ligar e esclarecer essa história, pedir um basta, ou então admitir que a brincadeira deu certo acabando logo com isso. Respirei fundo, soltei uma risada e pus o aparelho no ouvido bem devagar. Tocou uma vez, duas... E não atendeu. Tive um acesso de raiva. Gritei e joguei o telefone longe, fazendo cair no sofá. Ai tocou. Revirei os olhos e fui atender com muito ódio. Então percebi que fiz besteira e falei um “alô” feito um cachorro louco exatamente para Alexandre, meu melhor amigo e amor secreto; ele me respondeu todo desconfiado: “tudo bem com você? O que aconteceu, eu fiz algo? Sei que demorei a ligar e...” balancei a cabeça e respondi rápido: “não! Não! Eu estava tendo uns probleminhas e acabei extravasando em você. Desculpe.” Ele ficou meio sentido. Também fiquei com pena. Ele me disse melancólico: “que problemas? Você e eu não somos amigos? Pode me contar se quiser... eu me preocupo com você.” Me emocionei. Respondi: “é que acho que uma galera do colégio ta querendo me perturbar fazendo brincadeiras sem graça, do tipo de dar susto. Já to enjoada disso, mas eles não param.”. Fez-se um silencio e ele disse: “quer ajuda...? ou que eu passe ai, pra te fazer companhia caso você esteja afim...”. Fiquei radiante. Apressei-me em dizer: “claro! Eu vou esperar...”. E desligou. Estava simplesmente eufórica com a idéia de Alexandre e eu sozinhos aqui em casa, não que eu fosse pervertida, mas que ele estava preocupado comigo e querendo meu bem estar; parecia realmente uma chance “alcançável” de falar com ele sobre nos dois. Fui me produzir para meu quase-que-é-um-encontro e verificar se a casa estava em ordem, claro, não queria passar uma idéia de desorganização para ele.

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